Semana passada eu voltei a ver meu psicólogo finalmente. Eu estava ansiosa demais e, assim que entrei o consultório, falei desesperadamente durante vinte minutos. Eu fiquei bem nervosa e despejei nele toda a culpa por eu ter surtado logo no começo do ano (naquele dia do post anterior). Ele disse que na verdade a culpa do surto era toda minha o que só fez com que eu ficasse mais puta ainda e começasse a gritar pra valer. A pior merda de gritar com seu psicólogo é que não é uma briga qualquer, não é como em todas outras situações do tipo em que as duas pessoas dialogam. Eu gritei por um bom tempo e ele só ficou me encarando com o rosto sem expressão alguma, e no fim disse que talvez eu precisasse voltar a tomar medicamentos. Eu disse que ele precisava para de viajar e trabalhar mais, e se ele estivesse lá todas as semanas ninguém teria com o que se preocupar. Talvez ele tenha acreditado porque eu não to tomando merda nenhuma.
Eu acho que ele não entende a necessidade que eu tenho em falar com ele, em poder externar algumas coisas que eu não tenho coragem de falar pra mais ninguém. Quer dizer, agora eu tenho coragem de falar aqui, e talvez isso me torne um pouco menos dependente daquele cara. Mas só talvez. Pra vocês terem noção de algumas coisas sobre o que eu falo: tendencias homossexuais, atração por psicopatas e, as vezes, eu sinto uma vontade enorme de morrer. Agora, me diz como minha mãe frequentaria à missa de domingo, com todas as crenças que ela tem, sabendo que a filha dela se masturba assistindo garotas se chupando ou sente tesão quando vê caras empunhando uma faca? Ou que tem tendencias suicidas? Como eu disse antes, a minha mãe é a única coisa com a qual eu ainda me importo. E a merda da sociedade te julga sem pestanejar. Se eu dissesse que eu tô pouco me fodendo pro que dizem de mim, eu seria uma hipócrita. Eu me importo, e muito. A verdade é que, no fundo, todos se importam.
Eu não sou lésbica, ao menos não completamente. - viram como eu tenho a necessidade de me explicar? Porque me importo com o que até vocês, que nem sabem quem eu sou, vão pensar. - Se tem que rotular alguma coisa acho que sou bissexual, porque sinto tesão pelos dois gêneros. Mas a verdade é que eu odeio rótulos. Porque tem que ser a patricinha, a gótica, o viado, a sapatão, o nerd, o desempregado, a gorda, a louca? De verdade, pra que toda essa merda? É uma coisa que eu pequei uma certa raiva no colégio e no fim acabou me levando a odiar todos os rótulos, inclusive os de papel. Verdade. Eu costumo arrancar os dos shampoos, garrafas e tudo mais. Isso enfurece minha mãe. Então eu caio na eterna espiral se eu devo agradar a ela ou a mim mesma, no fim acabo não agradando ninguém.
ps: Eu queria falar ainda sobre a minha tatuagem e sobre o que o meu psicólogo falou quando eu contei sobre o blog. Mas, acho que já deu por hoje.